quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Nina Ricci L'Air du Temps



1950 Joan Rebull
Lançado em 1948, o perfume L'Air du Temps, de Nina Ricci, é um clássico da perfumaria e um ícone. Não é apenas um perfume, mas uma declaração de um espírito, de uma época. L'Air du Temps foi um aroma vanguardista na sua época e hoje em dia continua a ser considerado o perfume clássico mais contemporâneo e é a fragrância mais vendida em todo o mundo (a cada 15 segundos um frasco é vendido).

No renascer do pós-guerra, surge este perfume solar e vibrante que contrasta com as fragrâncias embriagantes da época. O seu aroma encantador coincide com um desejo universal de liberdade. Robert Ricci percebeu este desejo de felicidade, inocência e pureza, criando uma fragrância que não se impõe de maneira desmedida, mas adapta-se à pele e à personalidade de quem a usa: “Do mesmo modo que um vestido é desenhado para realçar, um perfume é criado para seduzir, mas de forma mais subtil, para exaltar a personalidade, para alcançar o ideal que a mulher cria de si mesma. É uma 'protecção', como um véu pode ser. Envolve a mulher com uma aura perfumada”, disse Robert Ricci. 



1967 Harry Meerson

1978 David Hamilton
“Quando crio um perfume, 'entendo-o' primeiro na minha cabeça… imagino o perfume que gostaria de sentir nos ombros da mulher que amo. Criei L’Air du Temps para uma mulher muito feminina, quase real, ao mesmo tempo que sonhada e idealizada. Para mim, um perfume é um acto de amor. Amor vivido ou… imaginário. Sou um romântico, não saberia conceber a vida sem sonhar”.

Inspirado, Robert Ricci contacta com o perfumista Francis Fabron que tem a ideia visionária de introduzir generosamente salicilato de bencilo na composição. Em grandes doses, esta molécula de síntese arredonda na perfeição o sumptuoso bouquet de flores naturais –jasmim, rosa, gardénia e cravo – trazendo simultaneamente ao conjunto um traço perfeito, grande fluidez e destacável tenacidade. Precursor da perfumaria contemporânea e criador de uma família olfactiva, os florais-especiados, L’Air du Temps tem sido copiado inúmeras vezes, mas nunca igualado. O cravo especiado, delicadamente picante, confere toda a sua sensualidade. Sedosa e íntima como uma carícia, a fragrância interpreta-se subtilmente em cada mulher. A nota especiada do cravo, realçada pela bergamota e a madeira de rosa, mistura-se subtilmente com rosa e jasmim, violeta e íris, antes de adormecer sensualmente nas madeiras de cedro e sândalo, âmbar e almíscar.

1985 David Hamilton


1993 Enrique Badulescu

1998 Jean-Baptiste Mondino
2005 Jean-Baptiste Mondino
Robert Ricci & L'Air du Temps
Desde há mais de sessenta anos, Nina Ricci conserva cuidadosamente a qualidade das matérias primas seleccionadas, nem mesmo se modificou o tempo de maceração de 5 semanas! Nestes anos todos, a fórmula permanece intacta, a icónica fragrância está protegida.

Jean Guichard, Perfumista e Director da Escola de Perfumaria Givaudan, é um defensor desta criação intemporal: “L’Air du Temps é um modelo que criou escola, citado como exemplo para demonstrar a necessidade de continuarmos guardiães de uma fórmula, de conservá-la perfeitamente intacta apesar das mudanças legislativas ou da colheita de cada temporada. A sua fórmula é muito moderna. Uma experiência com traços de maestro a cargo de Francis Fabron, que perfilava então a sua primeira fórmula para a Roure (ex-Givaudan). Naquele momento, supunha uma revolução associar tal quantidade de produtos sintéticos a matérias naturais tão ricas como o jasmim e a rosa. Esta audaz união, que se revela na sua aura e difusão, está na origem da perfumaria actual. Foi uma inspiração para muitos perfumes. A maceração, especialmente longa, permite apostar na qualidade em vez de na quantidade para conjugar delicadeza e tenacidade. A melodia é suave mas fiel e adquire todo o seu encanto sobre a pele de uma mulher”.

L'Air du Temps está à venda nas perfumarias El Corte Inglés

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