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1950 Joan Rebull |
Lançado em 1948, o perfume L'Air du
Temps, de Nina Ricci, é um clássico da perfumaria e um ícone. Não
é apenas um perfume, mas uma declaração de um espírito, de uma
época. L'Air du Temps foi um aroma vanguardista na sua época e hoje
em dia continua a ser considerado o perfume clássico mais
contemporâneo e é a fragrância mais vendida em todo o mundo (a
cada 15 segundos um frasco é vendido).
No renascer do pós-guerra, surge este
perfume solar e vibrante que contrasta com as fragrâncias
embriagantes da época. O seu aroma encantador coincide com um desejo
universal de liberdade. Robert Ricci percebeu este desejo de
felicidade, inocência e pureza, criando uma fragrância que não se
impõe de maneira desmedida, mas adapta-se à pele e à personalidade
de quem a usa: “Do mesmo modo que um vestido é desenhado para
realçar, um perfume é criado para seduzir, mas de forma mais
subtil, para exaltar a personalidade, para alcançar o ideal que a
mulher cria de si mesma. É uma 'protecção', como um véu pode ser.
Envolve a mulher com uma aura perfumada”, disse Robert Ricci.
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1967 Harry Meerson |
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1978 David Hamilton |
“Quando
crio um perfume, 'entendo-o' primeiro na minha cabeça… imagino o
perfume que gostaria
de sentir nos ombros da mulher que amo. Criei L’Air du Temps para
uma mulher
muito feminina, quase real, ao mesmo tempo que sonhada e idealizada.
Para mim, um perfume é um acto de amor. Amor vivido ou…
imaginário. Sou um romântico, não saberia conceber a vida sem sonhar”.
Inspirado,
Robert Ricci contacta com o perfumista Francis Fabron que tem a ideia
visionária de introduzir generosamente salicilato de bencilo na
composição. Em grandes doses, esta molécula de síntese arredonda
na perfeição o sumptuoso bouquet de flores naturais –jasmim,
rosa, gardénia e cravo – trazendo simultaneamente ao conjunto um
traço perfeito, grande fluidez e destacável tenacidade. Precursor
da perfumaria contemporânea e criador de uma família olfactiva, os
florais-especiados, L’Air du Temps tem sido copiado inúmeras
vezes, mas nunca igualado. O cravo especiado, delicadamente picante,
confere toda a sua sensualidade. Sedosa e íntima como uma carícia,
a fragrância interpreta-se subtilmente em cada mulher. A
nota especiada do cravo, realçada pela bergamota e a madeira de
rosa, mistura-se subtilmente com rosa e jasmim, violeta e íris,
antes de adormecer sensualmente nas madeiras de cedro e sândalo,
âmbar e almíscar.
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1985 David Hamilton |
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1993 Enrique Badulescu |
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1998 Jean-Baptiste Mondino |
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2005 Jean-Baptiste Mondino |
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Robert Ricci & L'Air du Temps |
Desde
há mais de sessenta anos, Nina Ricci conserva cuidadosamente a
qualidade das matérias primas seleccionadas, nem mesmo se modificou
o tempo de maceração de 5 semanas! Nestes anos todos, a fórmula
permanece intacta, a icónica fragrância está protegida.
Jean
Guichard, Perfumista e Director da Escola de Perfumaria Givaudan, é
um defensor desta criação intemporal: “L’Air du Temps é um
modelo que criou escola, citado como exemplo para demonstrar a
necessidade de continuarmos guardiães de uma fórmula, de
conservá-la perfeitamente intacta apesar das mudanças legislativas
ou da colheita de cada temporada. A sua fórmula é muito moderna.
Uma experiência com traços de maestro a cargo de Francis Fabron,
que perfilava então a sua primeira fórmula para a Roure
(ex-Givaudan). Naquele momento, supunha uma revolução associar tal
quantidade de produtos sintéticos a matérias naturais tão ricas
como o jasmim e a rosa. Esta audaz união, que se revela na sua aura
e difusão, está na origem da perfumaria actual. Foi uma inspiração
para muitos perfumes. A maceração, especialmente longa, permite
apostar na qualidade em vez de na quantidade para conjugar delicadeza
e tenacidade. A melodia é suave mas fiel e adquire todo o seu
encanto sobre a pele de uma mulher”.
L'Air du Temps está à venda nas perfumarias El Corte Inglés
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